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O diagnóstico

    E ontem foi dia de mais uma consulta e ainda estou num turbilhão de emoções. Finalmente descobrimos o problema que não nos está a deixar chegar ao nosso sonho e, avizinha se uma nova fase com ainda mais impacto emocional, porque é a única forma que temos para a conseguir alcançar.


    
Assim muito resumidamente eu não conseguirei engravidar de forma natural, apenas com uma FIV conseguiremos ter hipótese de eu passar por uma gravidez. Uma das partes fundamentais para todo o processo está bloqueada e devido à minha idade, cirurgia não seria o mais indicado nem viável porque poderia não ficar a 100% e para além disso com este procedimento a minha probabilidade de engravidar é maior do que se tentar que seja de forma natural.

    E com isto, estou uma montanha russa de emoções, por uma lado encontramos um motivo e a ciência já nos arranja forma de dar-mos a volta ao problema, mas ao mesmo tempo não deixo de ter um problema. Não deixo de estar apenas dependente da ciência para conseguir alcançar este sonho, não deixo de me sentir "menos capaz". Estou com medo do próximo passo, estou com medo que as próximas tentativas não resultem, estou com medo que depois de tudo aquilo que já passamos ainda apareça mais algum problema. Sei que não posso pensar assim, que estou a sofrer por antecipação, e que toda esta situação poderia ser pior, porque eu podia não ter forma nenhuma de conseguir engravidar. Mas, ao mesmo tempo, tudo isto podia ser melhor. A realidade é que psicologicamente estou mais desgastada e neste momento acreditar que tudo vai correr bem tem sido cada vez mais díficil. Tem sido um percurso de altos e baixos, de várias "desilusões" e então não estou a conseguir olhar para o lado positivo da coisa. Tento desviar o meu pensamento para isso, tento acreditar que vai correr tudo bem, que agora que sabemos qual o problema vamos conseguir ter o nosso filho, que vou conseguir passar por uma gravidez, mas ao mesmo tempo não me consigo agarrar a essa esperança, tenho medo de mais um desilusão.

    Desistir? Nunca! E tudo aquilo que eu puder fazer para que estas tentativas resultem eu vou fazer, vou lutar e agarrar-me à esperança do meu companheiro, à força dele. Sei que para ele não é fácil falar sobre o assunto e ele está a conseguir saber lidar melhor com o diagnóstico do que eu, e sei que ele acaba por se sentir incapaz de me fazer animar e que eu nem sempre compreendi a forma dele de lidar com o problema. Mas espero que ele saiba que é ele que me tem dado força, porque é com ele que eu quero muito criar uma família, porque é ele que vai ser um excelente pai, porque tem tanto de casmurro como de bom coração.

    Por isso agora é esperar pela próxima consulta e que o tratamento possa começar o mais rápido possível. Tentar medir as expectativas para que a nova fase continue rodeada da magia que gerar uma nova vida proporciona.

    Aqui continuamos à espera para avançarmos no nosso caminho e, para quem também esteja a passar por estes problemas, muita força e que os nossos caminhos estejam sempre iluminados de felicidade.

Até à próxima aventura,

ASilva 

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